terça-feira, 15 de setembro de 2009

Enquanto não se quis mudar

O texto abaixo encontri no blog do Walter Filho, sinceramente parece um relato de um capitulo de minha vida, vou posta-lo p/ nunca perde de vista. As partes destacadas são as que mas me tocaram.


(...) Mas sabe a emoção? Consegue entender a emoção? Aquela emoção
que saía de você, de tudo o que me fez passar, aquele nervossismo que me dava
quando te via, aquela raiva que me fazia chorar por tudo o que você fez, a dor
dentro do peito que eu carreguei por tanto tempo. Tudo isso. Toda essa emoção.
Se foi. Eu não sei pra onde nem como, mas se foi. E era essa mesma emoção que me
faria te chamar pra perto e perguntar sobre o teu dia, mas ela não existe mais.
Você desencantou. Pessoa comum novamente, sem muito a me oferecer. O que tinha
de me dar já deu. E agora nada mais em mim doí por causa de você, nada
em mim sente mais a dor do teu desprezo
. Resolvi me reiventar esses
dias, comecei essa semana, e comecei bem já que você me arrancou a amargura e me
devolveu um sentimento que eu havia perdido, a paz de espírito dos que fizeram
tudo pra dar certo, a conciência limpa de quem foi lá lutou e tentou, tentou,
tentou... Até que cansou. E hoje, ah e hoje. Hoje eu to aqui escrevendo esse
texto quebrando uma promessa que fiz a mim mesmo. To aqui correndo pela
contramão da minha razão. To aqui disdizendo as bobagens que o ódio me fez dizer
em algum momento do passado. To aqui falando novamente em você. Hoje eu
posso falar de você sem dor, sem lágrimas, sem emoção. Por que a ferida foi
curada, porque você foi perdoada. Quando a ferida não mais doí, quando o câncer
é curado, quando a morte é superada, a gente fala sem medo do que possa ouvir,
porque se sabe que o que passou, passou. E não falar em você era um sinal claro
de que você ainda habitava minha mente de uma maneira nada construtiva.

Nossa quanta bobagem! quanta bobagem isso aqui. Poderia perder esse texto por
aí, poderia jogar fora e apagar essa merda que não me faria falta. Falta. Sinto
falta do que você era, do que um dia representou pra mim. Mas hoje, hoje já não
cabe mais na minha vida, hoje eu já não me encaixo mais na sua. Eu
poderia sair por aí e gritar teu nome pros quatro cantos do mundo, gritar pra
dizer que me curei, que você passou. O ódio e toda a raiva se transformaram num
carinho que sobrevive do passado.
As lembraças que tenho de nós
sempre vão estar vivas e eu queira ou não, eu admita ou não, nunca vou te
esquecer. O que nós fomos um pro outro no passado nunca vai morrer. E mesmo que
um dia você queira chegar perto de novo, mesmo que queira retomar o que um dia
perdemos, é com dor no coração que tenho que dizer que não tem mais jeito, o mal
feito já foi feito. Ou talvez o bem feito já tenha sido feito. Não é porque
acabou assim que não tenha dado certo, você deu certo na minha vida até o dia em
que não resolveu dar mais.
Por isso te admiro como algo bom, como em
cada xícara de café que vejo, como em cada música que me lembra você, como em
cada pessoa que por acaso toca no teu nome de um jeito que eu sei você não é. Ou
pelo menos achava, já que você mudou tanto. Você se perdeu num vácuo que eu não
sei onde encontrar, suas intenções e sonhos, seus objetivos, não sei se ainda
existem, mudou tanto. Você dizia uma coisa e correu ao contrário do que
pretendia. Um amigo um dia me falou que "Não presta" é uma expressão
muito forte pra ser usada pra uma pessoa, ninguém não presta, todo mundo tem uma
utilidade.
Mas eu posso dizer que você não presta pra mim,
não mais. Prestou até o momento em que eu era o que era, até o dia em que você
não quis mudar de rumo.
Mas eu não a culpo pelas mudanças, você está
viva, eu estou vivo, propensos a mudanças a cada segundo. Mas foi sua falta de
caráter em ter chegado até mim e assumido essas mudanças que me machucou
demais.Você cresceu, tenho certeza, eu também cresci. Cada um de uma forma
diferente, cada um no seu mundo. E enquanto você estava satisfeita no
mundo em que me tinha por perto, eu lhe fiz bem, mas quando você quis
experimentar um outro lado dessa vida que já não me cabia mais entre você, eu
comecei a lhe fazer mal.
Mas não era preciso ter jogado fora assim por
entre um espaçozinho do vidro do carro na rodovia, podia ter dobrado e jogado
dentro do saquinho no carro mesmo. Seria melhor.Ficar sem explicações é
terrível, você mesma odiava isso.
É difícil demais lidar com pessoas
como você, a tua infantilidade me machucou demais e tua falta de consciência me
surpreendeu. Mas como o que fomos um dia se perdeu no tempo, esse texto também
vai se perder por aí, tornando essa reflexão do passado um detalhe, apenas um
leve perfume do que um dia foi uma amizade onde se falava em nunca se esquecer,
nunca se abandonar. Talvez esteja certo. Foi certo. Foi tudo certo. Tenho
certeza que nunca vamos nos abandonar. Porque toda vez que se ajoelhar sei que
vou estar nas suas orações, e mesmo que sem querer, de vez em quando me
pego orando por você. Te
amei.


Walter Filho



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